Para começar, devemos partir do princípio de que empresas são feitas para criar valor ao seu ecossistema: colaboradores, fornecedores, clientes, e assim por diante – os quais podemos resumir com o termo ‘stakeholders’. Entretanto, até há pouco tempo quando se falava em valor só se pensava no econômico, ou seja, no retorno financeiro que a empresa obtivesse independente da situação dos demais envolvidos.
Contudo, a crise climática fez avançar a discussão para tentar subverter essa lógica, colocando o Planeta como um dos seus stakeholders, e fazer as empresas voltarem sua atenção no impacto que suas atividades geram ao meio ambiente, à sociedade a à própria governança da empresa; os três pilares que compõem a sigla ESG (Environmental, Social, and Governance).
Neste conteúdo, iremos apresentar quatro motivos para a sua empresa iniciar a sua Jornada ESG.
A regulação do próprio país ou de um estrangeiro ao qual a sua empresa realiza operações pode ser um fator crucial para adotar práticas ESG se o seu setor está diretamente afetado ou relacionado. Um exemplo disso é o caso da União Europeia que sancionou uma lei proibindo a entrada de produtos oriundos de desmatamento. Nesse sentido, uma empresa frigorífica no Brasil só consegue exportar sua carne para algum país pertencente se conseguir comprovar que não vem de áreas desmatadas da Amazônia ou do Cerrado. Ou seja, em situações assim a regulação é fator decisivo nas atitudes de uma empresa.
Outro motivo capaz de fazer uma empresa iniciar sua Jornada ESG são as oportunidades oferecidas no mercado a elas. Para o setor bancário, por exemplo, as empresas que possuem uma estratégia ESG aplicada encontram vantagens na obtenção de créditos.
Um segundo fator que pode ser encarado como oportunidade é o de clientes estarem se tornando mais exigentes quanto às práticas ambientais, sociais e de governança das marcas. Sendo assim, adotar práticas relacionadas a esses pilares também é uma maneira de aproveitar a oportunidade de posicionar sua empresa como uma alternativa mais responsável e atrativa diante do seu público. Entretanto, é importante que as ações sejam de fato implementadas e não fiquem apenas no discurso, pois como sabemos isso é considerado Greenwashing¹.
Esse terceiro motivo é um pouco semelhante ao primeiro, entretanto mais direcionado aos stakeholders envolvidos à sua empresa. Esse poder pode ocorrer tanto deles para o seu negócio, como o contrário também é válido. Se considerarmos o primeiro cenário, por exemplo, é possível que determinado fornecedor só trabalhe dali em diante com empresas com seus processos rastreáveis e certificados ambientalmente. Nesse caso, se a sua empresa não atende ao requisito, nem sequer tem planos de atender, sofre pelo poder de barganha do stakeholder que irá optar pela concorrência. No segundo cenário, o mesmo pode acontecer com a sua organização: ao adotar uma Jornada ESG, seu negócio tem o poder de barganha sobre os stakeholders por estar tomando atitudes que possivelmente os demais concorrentes ainda não estão. Nesse caso, sua empresa tem uma vantagem competitiva.
Por fim, mas não menos importante, está o propósito. Este fator é um pouco mais sensível a ser defendido, não porque a empresa não queira, mas esse querer requer renúncias, sobretudo de capital econômico. Em outras palavras, quando uma empresa decide iniciar sua Jornada ESG puramente para seguir um propósito, ela está ciente que isso acarretará em obter menos capital econômico – e até perdas dele.
Este último é um fator que não corresponde à realidade da maioria das empresas. Mas devemos lembrar que essa discussão ganhou força por conta da crise climática em que o Planeta está vivendo, portanto deve ganhar cada vez mais força para que cada um contribua fazendo o seu papel. Além disso, adotar uma Jornada ESG pelos três últimos motivos é muito melhor para o planejamento e o capital econômico de uma empresa do que se for atingida pela regulação, por exemplo, visto que essa muitas vezes atinge de uma hora pra outra.
E aí, gostou deste conteúdo? Ele foi retirado da palestra do nosso CEO Eduardo Lorea “Jornada ESG: por que fazer e por onde começar”, e você pode baixar o material completo clicando aqui.