No segundo episódio do nosso videocast Game Changers, Ingrid Barth, presidente da AbStartups e fundadora do Linker, conversa com o nosso CEO, Eduardo Lorea, sobre o ecossistema de inovação e o relacionamento entre startups, grandes empresas e órgãos reguladores durante o trabalho em conjunto. Como esses atores podem contribuir com iniciativas que contribuam para o desenvolvimento da sociedade.
A presidente da AbStartups traz inúmeros insights tanto para corporações e reguladores, quanto para as startups, que desejam inovar. Neste conteúdo, vamos trazer alguns deles. Leia abaixo.
Uma dica abordada por Ingrid às empresas que desejam se relacionar com startups é entender que com empresas inovadoras, como elas, a maneira de se relacionar e negociar não é da mesma forma com que se relaciona com empresas tradicionais. Isso porque empresas tradicionais têm sistemas – e caixa – a longo prazo, enquanto empresas inovadoras (startups) dependem de negociações mais ágeis. 8, 9 meses na esteira de aprovação de uma corporate pode matar uma startup, de acordo com Ingrid. Ou seja, tratar os diferentes como diferentes.
Além disso, a presidente da AbStartups reforça a importância de a o resultado financeiro como meta única e exclusiva. No momento em que se deseja ter uma cultura de inovação seja através de áreas voltadas à esta pauta, seja através do relacionamento com startups é importante ter outras metas, como a de errar, por exemplo. Afinal, não há inovação sem erro, até porque eles fazem parte de encontrar as soluções necessárias, e também descobrir outros desafios.
Quanto aos reguladores, Ingrid Barth destaca o olhar destes quanto à inovação dentro da regulação. Ou seja, ainda que se exista uma ideia de que inovação precisa ser totalmente disruptiva, a Presidente da AbStartups sugere que é possível, sim, inovar dentro da regulação já existente. Adotar essa visão facilita com que esse relacionamento – que é fundamental – possa existir.
Como exemplo, ela cita o Sandbox Regulatório. Mas o que é Sandbox Regulatório? Podemos dizer que é um ambiente controlado e temporário no qual empresas e empreendedores podem testar inovações e modelos de negócios em um setor regulamentado, com flexibilidade e redução de certas restrições regulatórias. Geralmente, os setores regulamentados, como serviços financeiros, saúde e tecnologia, têm regras e regulamentos rígidos que podem dificultar a introdução de novas ideias e tecnologias no mercado. Ou seja, ele funciona como um tubo de ensaio para que empresas testem as soluções de startups e possam ver se faz sentido, se está de acordo com o seu negócio e objetivos. No Brasil, o Banco Central já atua com esse modelo e foi premiado como o melhor do mundo, inclusive.
Por fim, mas não menos importante, Ingrid cita uma dica central startups que desejam impulsionar seus negócios que é a de ampliar sua visão de negócio. De que forma? Ela cita um exemplo de uma startup que deseja trabalhar com o mercado financeiro, contudo, essa startup não deve restringir o seu olhar apenas ao que gosta dentro dessa área em que deseja se inserir. Para prosperar, de fato, é preciso entender também das outras áreas necessárias, mesmo não sendo do gosto do empreendedor, como áreas de RH, compliance, jurídico e etc. Afinal, se a startup deseja se tornar uma empresa consolidada, essas áreas inevitavelmente serão parte dela e precisarão ser desempenhadas com inteligência.
Além disso, Ingrid recomenda que essa ampliação no olhar também esteja na hora de escolher os players que deseja se relacionar, sem deixar com que fatores externos influenciem e prejudiquem na escolha. Esses players podem ser até de outros segmentos, outros países, desde que o empreendedor consiga encontrar sentido na relação e não se limite.
Gostou das dicas? O bate-papo está ainda mais incrível e você pode ouvir ou assistir na íntegra: